Advogado, fazendeiro,
escritor e empresário

FOI UMA ATRAÇÃO IRRESISTÍVEL…

ERA UM SÁBADO.
Mas, não um sábado qualquer. Era o primeiro dia de Carnaval. naqueles tempos os festejos momescos iniciavam no sábado.

O JOVEM enfermeiro iria passar o primeiro Carnaval da sua vida fora da pequena cidade, onde sempre morou.
Estava tudo arranjado. Ja tinha conseguido o convite para o Recreativa. através de um jovem médico, com quem trabalhava no Imaculada Conceição.

NO ENTANTO, naquela manhã, assim que dirigia para o refeitório do Hospital, onde faria a sua refeição matinal, se sentia fortemente atraído a mudar os seus planos.

Não seria melhor pular dentro da jardineira das duas da tarde para Vazante e passar aquele final de semana com a família?

A SAUDADE, principalmente da mãe, era grande. Afinal estava longe de todos, inclusive dos amigos, desde que viera pra Patos, em busca de prosseguir os seus estudos.

DA SUA CABEÇA não saia a imagem da mãe, aquela que dele se despediu aos prantos, no momento em que, há cerca de alguns meses, embarcava com destino a Patos de Minas.

PARA um jovem adolescente, com apenas dezesseis anos de idade, era um dilema, a princípio, de difícil solução.
Mas alguma coisa o atraia fortemente para os braços da sua mãe.

COMo não poderia ser diferente, mãe e filho se abraçaram aos prantos, quando, de surpresa adentrou casa a dentro, chamando em voz alta, o nome da sua genitora.
Ela nem indagou de que maneira teria vindo, pois aquela hora coincidia com a chegada da jardineira do Zé Furreca, vindo de Patos.

FOI UM final de semana maravilhoso.
Pena que teria de retornar na segunda, pois trabalharia na terça, conforme o combinado, apesar de ser o feriado de Carnaval.
Mas, novamente me vi envolvido por outra forte atração me dizendo, não vá. Fique mais um dia com a sua mãe.

E, FIQUEI.
Mais uma vez a vontade de ficar com a minha mãe, prevaleceu entre, pelo menos, as duas últimas noites carnavalescas no Recreativa.

COMO sou crente em Deus, vi e vejo em tudo isso os seus desígnos..
No começo da noite daquela segunda feira, dia 12 de fevereiro de 1.961, em torno das sete horas, a minha querida mãezinha, veio a falecer, após uma parada cardiorrespiratória.
– De repente, como diziam, então.

HOJE, quando se aproximam dos sessenta e quatro anos daquele fatídico acontecimento, ainda choro a perda daquela que me deu a vida, deixando sete filhos e o viúvo, inconsoláveis.

MOMENTOS POR MIM VIVIDOS…

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MARCIANO BORGES

Escritor, fazendeiro e empresário

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