QUANDO consegui aprovação nas provas de Madureza Ginasial, eu disse a minha esposa: – agora nada vai me parar…
Com essas palavras o que eu quis dizer a ela que eu buscaria com todas as minhas forças, alcançar os meus objetivos, quais sejam, estudar e me formar em um Curso Superior…
VENDI o único bem que possuía e embalei a nossa mobiliazinha na carroceria de um caminhão e partimos de mudança pra Brasília, onde cursaria o, agora Supletivo, do Segundo Grau.
Hoje fico imaginando, mudar de vez para a Capital do País, levando a esposa, essa companheira corajosa e meus três filhos com cinco, três e um ano de idade, respectivamente, pedalando na incerteza, mas na vontade de vencer.
FICAMOS em Brasília por sete meses apenas, de março a outubro, quando frequentei o Curso Objetivo, me preparando para as provas do tão sonhado Supletivo do segundo grau.
PELA segunda vez fui aprovado em todas as matérias e estava apto a sonhar com a aprovação em algum vestibular e cursar um Curso Superior.
EM POUCO mais de um ano venci duas etapas importantes e a cada dia mais me convencia que alcançaria o objetivo final.
MESMO tendo sido classificado em um Concurso Público do Banco Regional de Brasília, – o sonho de consumo de muitos-, retornei pra Vazante, cumprindo um compromisso político: Assessorar o jovem Prefeito, Hélio Pereira Guimarães, cuja gestão iniciava no ano seguinte, 1.973.
PARA não interromper o objetivo escolar, me matriculei na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, de Patos de Minas, no Curso de Matemática.
Isso já se mostrou uma grande façanha. Em dois anos eu, de um semi analfabeto, me transformei em um universitário. O que, também, me proporcionou o direito de lecionar essa importante matéria no Ginásio, á época, Salatiel Corrêa, hoje, Pedro Pereira. Essas aulas foram muito importantes, não só no ganho da qualificação profissional, como nos salários extras, que complementavam o salário da função pública municipal, insuficiente para à manutenção da minha família.
TRABALHAVA bastante, pois a gestão pública demandava um esforço enorme e as aulas, por seu turno absorvia o restante do meu tempo.
Apesar de gostar do magistério, eu pressentia que não era essa a profissão do meu sonho. Mesmo
Porque, o ganho era muito irrisório, como, aliás, e até hoje. É uma classe desrespeitada e injustiçada em todos os aspectos.
Mas, levava a vida…
ENTRAMOS, eu e a minha família, num fusquinha e fomos pra São Paulo, assistir ao casamento de um meu irmão.
De lá, descemos pro litoral, onde curtimos uma semana de férias.
Foram dias maravilhosos.
Minha esposa e a criançada adoraram.
Eu, um pouco menos, mas também gostei.
FINDA a nossa breve temporada, retornamos.
Quando chegamos em Uberaba, tomei uma decisão, que posteriormente a creditei como uma orientação Divina.
Sigam- me com atenção.
Subitamente eu disse para a Maria Olívia, minha esposa, que tinha decidido passar por Uberlândia. Apesar de ser mais distante, seria uma oportunidade pra ela e as crianças conhecerem aquela cidade, a mais importante da região.
Ela é as crianças gostaram da ideia.
NO CENTRO da cidade, estacionei de frente a uma lanchonete, onde faríamos um lanche e uma espichada nas pernas.
No local que eu assentei, na parede frontal a mim, estava afixado um panfleto que, inexplicavelmente me atraiu e a ele me dirigi.
Era o Edital do Concurso Vestibular da Escola de Direito de Uberlândia.
E, vão vendo: as inscrições venciam naquele dia; e se tratava do último ano daquela Escola no regime de INFREQUENTES. Ou seja, cursava-se o Curso, sem a necessidade de frequentar as aulas.
Caia como uma luva pra mim.
Indaguei do proprietário da Lanchonete, onde ficaria aquela Escola? Era na primeira rua lateral de onde estávamos.
Fui lá, fiz a minha inscrição, Prestei o vestibular, fui classificado e cursei os cinco anos daquela Escola, me formando no ano de 1980.
ATÉ HOJE acredito que o nosso Ser Superior me guiou até ali, para que eu me formasse Advogado, me guiando para ser um profissional exitoso, honrado e respeitado, servindo aos meus semelhantes e a JUSTIÇA!!!
E, OU NAO É, COISA DE DEUS???