Advogado, fazendeiro,
escritor e empresário

AINDA UM GAROTO, bem criança, conheci luz elétrica na fazenda do Juca Mirote, ali na localidade denominada “Matos”, no município de Vazante.

Nem precisa explicar o quanto fiquei surpreso e boquiaberto com aquela visão.

PASSADO algum tempo, mudamos pra Unai. Passando em Guarda Mor, vi pela segunda vez a energia elétrica em funcionamento. Em seguida, ficamos em Paracatu durante um mês, onde também havia o fornecimento regular de eletricidade.

EM UNAÍ, moramos por dois anos e meio, sem gosar desse benefício tão importante.

RETORNAMOS pra Vazante nos idos de 1.954, no ano da sua emancipação política, que continuava sem energia elétrica e muitos outros benefícios para a sua população.

ME LEMBRAVA. De Guarda Mor, sem esconder uma ponta de inveja daquele progresso então existente.

O TEMPO foi passando, até que o segundo Prefeito de Vazante, o fazendeiro Otávio Pereira Guimarães, conseguiu trazer a rede de Energia Elétrica pra Vazante, através do órgão estatal, denominado DAEE/MG – Departamento de Água e Energia Elétrica de Minas Gerais, isso aconteceu no ano de 1.966.

SE FOI um avanço pra Vazante, foi um retrocesso pra Guarda Mor, pois a pequena usina própria, que fornecia energia elétrica para a Vila, foi ficando deficitária, até dar os últimos suspiros e encerrar as suas atividades.

OS PREFEITOS se sucediam e não conseguiam resolver aquela pendência.
Passou Seu Anatalio, Rosenvaldo e novamente seu Anatalio, até que foram eleitos o comerciante, Osório Severino e José Marcílio da Silveira, para Prefeito e Vice Prefeito.

FOI um pleito de muitos sucessos, conseguindo angariar muitos progressos para Guarda Mor, inclusive a tão sonhada Energia Elétrica.
Foi uma festa maravilhosa, onde eu e muitos vazantinos nos fizemos presentes, atendendo a convites das autoridades locais.

NAQUELES tempos a rivalidade política era muito impregnada.
Os adversários conversavam somente as necessidades. No mais mantinham-se á distância e, vez ou outra, trocavam farpas.

ZELÃO, o Vice Prefeito, então, não perdia as oportunidades para pinicar os adversários, enaltecendo os seus feitos e diminuindo os feitos dos adversários.

NUMA noite qualquer, Zelao saíndo da casa de um amigo, onde jogavam regularmente umas partidas de truco, da de cara com o Rosenvaldo, no pé de um poste, tentando ler um bilhete, iluminado pela claridade da lâmpada.

Vendo ali uma oportunidade de tirar um sarro no seu adversário,, que tinha prometido por diversas vezes em sua campanha, trazer a tão almejada energia elétrica e.nao cumpriu, foi logo dizendo:

– Uai, sô! Vai ler bilhete debaixo de luz sua!!!
– Essa aí é nossa…
– Cadê a luz que ocê trouxe pra Guarda Mor?…

E, saiu a passos largos, deixando ver num sorriso maroto a satisfação da oportunidade de jogar na cara do Rosenvaldo a vitória que impuseram a ele, no tocante áquele importante progresso que trouxeram pra Guarda Mor.

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MARCIANO BORGES

Escritor, fazendeiro e empresário

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