NÃO TENHO como deixar de retroagir ao passado e recordar bons anos vividos e reviver grandes pessoas com quem convivi.
DENTRE ESSAS pessoas destacarei a família dos “. QUITERIOS”. E dizer que grande parte dessa maravilhosa família residiram e residem até hoje em Vazante. Os que eu recordar, mencionarei.
OS PAIS, Seu João e D. Joana, procedentes de Coromandel, mais precisamente, da beirada do Paranaiba, onde Seu João operou a balsa, que transpunham os carros e pessoas margem a margem daquele rio. Vierampra Lapa do Pamlona – nome que jamais tinha de ser mudado -,morando, inicialmente em Claro de Minas. Não afirmo, mas acho que o casal já tinha todos os filhos: O Tito, José, Lázaro, Sebastião( falecido), Maria, Rosário, D. Carolina, Dico e Geraldo. Família numerosa que acompanhou os pais, com exceção do. Rosário, que preferiu permanecer em Coromandel.
EM VAZANTE, a família instalou-se na margem direita do córrego do Pamplona, onde trabalharam no ramo de olaria, especialistas que eram no fabrico de tijolos. Posteriormente dispersaram, alguns trabalhando nas fazendas, outros estabeleceram no comércio.
Todos se casaram, tiveram filhos e a família multiplicou.
SEU JOÃO veio a falecer e D. Joana assumiu a chefia da família, vivendo por longos anos cercada pelo carinho daquela prole numerosa.
TIVE um bom convívio com todos, mas destaco a Dona Carolina e Seu Zé Iludio e o João Gonçalves Filho, conhecido carinhosamente por Dico, meu xará de alcunha, e sua esposa, Tiana Maia.
A DONA CAROLINA, ficou famosa pelo seu dom na culinária.
Ela tinha o seu barzinho e ela mesma preparava os tira gostos e, ate mesmo, um frango com arroz, que até hoje nos enche a boca de água, ao recordar.
Casada com Seu Zé Ilidio que, dentre muitas habilidades, foi pioneiro na venda de petróleo em Vazante. Foi ele quem instalou a primeira bomba de gasolina na nossa pequena Vazante.
E, pasmem: buscada em tambores de duzentos litros em Guarda Mor…
ESSE casal nos presenteou com uma prole extraordinária. José Eustáquio, Ari (ja falecido), Milton, Moacir e Maria do Carmo.
Os varões eram todos bons futebolistas, destacando o Zé Eustáquio, que eu o considero o melhor jogado de futebol amador da região.
QUANTO ao Xará, o saudoso, Dico, eu o tenho, dentre os muitos, como um dos melhores amigos que eu tive. Pena que faleceu tão novo.
Familia pequena, composta por duas filhas, Hozana e Rozana,( já falecida),minha comadre, mãe do meu afilhado,Enio, e o Ornaldo, único filho homem do casal, Dico e Tiana.
Tinha, também, um bar, onde era o ponto de encontro dos vários amigos e, depois das partidas de futebol, seja de campo ou de salão, local de matar a sede…
A PROPÓSITO, falando em futebol, terei de prolongar esse texto, para contar uma passagem minha com o Xará.
Nós já tínhamos abandonado os campos, quando inventaram um Cruzeiro e Atlético, compostos por veteranos.
Eu, Cruzeirense, marcado pelo Xará, Atleticano.
Ele encostava aquele barrigão em mim e dizia: – Xará, não vou deixar você jogar nada! E eu, retrucava:- Xará, vou ficar em campo só até eu te desmoralizar…
E, a partida transcorria com lances estrambóticos e hilários, para a festa da torcida, que lotou as beiradas do campo, localizado ali onde hoje é o Social Vazante Clube e a Rodoviária.
QUANDO senão quando, fui lançado por um passe rasteiro e o Xara tentou interceptar a pelota. Eu adiantei, dei um biquinho nela, jogando-a por cima da sua cabeca, concretizando um “chapeuzinho”. Quando ele virou pra trás, em busca da bola, apliquei outro chapéu; sequencialmente, a jogada me favoreceu e impus a ele o terceiro….
A torcida foi a loucura.
Nesse momento, embora tivesse o domínio da bola, deixei-a onde estava e sai às carreiras, com ele atrás de mim e gritando-volta cá, Xara! Quero te srrebentar!!!
Não voltei em campo e foi considerado o melhor lance da partida.
FICOU tudo na brincadeira. Fomos lá pro bar dele brindar a vitória de ambas as equipes’ pois o que importava era a amizade reinante entre todos nós.
O Xará nunca esqueceu daquele lance e em tom de brincadeira dizia que ainda me pegaria…
TERIA de ter mais espaço pra falar de todos os meus amigos. Do Tiba, do Iraci, da Raimunda…enfim dessa “Quiterama” toda, familia que mora no meu coração.