Advogado, fazendeiro,
escritor e empresário

ERAM TRÊS AMIGOS…

MAIS OU MENOS da mesma idade, eram amigos inseparáveis vivendo na pequena cidade.

UM DELES, o Arcebiades, era comerciante; o Zé Florêncio, pequeno sitiante e, nas horas vagas, Catireiro; o terceiro deles, o Ozirio Silva, vivia de rendas, provenientes de aluguéis de uns imóveis urbanos, incluindo alguns em Patos de Minas.

OS TRÊS, mais ou menos da mesma idade, com famílias já criadas, ocupavam o tempo ocioso jogando baralho, sendo os três considerados os melhores truqueiros da cidade.

Por isso todas as noites se ausentavam de casa e procuravam a roda de outros amigos, onde formavam as mesas de truco, ora na casa de um, ora na de outro…

COM ISSO as suas mulheres não se preocupavam com as suas ausências noturnas, pois tinham certeza de saber onde estariam até lá pras dez da

Noite, quando religiosamente retornavam.

MAS NÃO É que deram pra tretar, os três amigos!!!

Volta e meia falhavam das rodas de truco e passaram a frequentar a casa da D. Jerônima onde, além daquelas meninas ali residentes, outras iniciantes e futuras profissionais da cama, faziam ponto.

A CASA era localizada longe das vistas de fuxiqueiros e longe da fraca iluminação pública.

A sala, era o maior cômodo do puteiro improvisado, sendo ali que as meninas ficavam expostas e ao som da sanfona do Zé do Doro, dançavam e bebiam as doses de aguardentes que lhes eram pagas pelos futuros clientes de quarto.

AS TRÊS esposas, também se fizeram amigas.

Emboras ocupadas nas lidas de casa, educação dos filhos e as rezas na igrejinha local, deram pra desconfiar dos maridos.

SEMPRE tem alguma mulher mais ciumenta. Dentre elas, a D. Judite, do Zé Florêncio.

Sem comentar com as outras, numa noite qualquer chamou a Sia Romana, para acompanha-lá naquilo que pretendia fazer.

BEM INFORMADA foi direta para o local onde os três amigos eram frequentadores.

A sala era iluminada por um lampião á querosene, que a deixava bem clarinha e ainda escapavam claridades pelas duas portas da frente, clareando alguns metros na frente do fatídico puteiro.

ELES não descuidavam. Era um olho nas meninas e outro na frente da casa.

Por isso o Arcebiades e o Ozirio perceberam a chegada da Judite e se puseram em retirada.

Quando o Zé deu pra coisa, também saiu às carreiras, preferindo a escuridão formada entre o clarão das duas portas, onde sentiu que esbarrou em alguém.

NÃO SE VIRAM mais naquela noite.

Da toada que o Zé saiu do puteiro ele só parou em sua casa, se metendo logo debaixo das cobertas.

NÃO DEMOROU muito, chega a sua mulher.

Indo diretamente ao quarto do casal, lá estava o Zé bem deitadinho e de cabeça rebuçada.

NÃO ESPEROU a indagação dela e a interpelou rispidamente:

– Adonde oce tava até às essas horas?

ADONDE né, seu cachorro!

Sabe quem era aquela pessoa que oce passou pro riba, no escuro, lá na porta daquele puteiro?

O coração dele quase explodiu no peito.

ERA A DONA ROMANA, QUE ME ACOMPANHAVA, SEU CACHORRO!!!

OCE QUASE MATA A COITADA!!!

NÃO TINHA COMO DISCORDAR…

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MARCIANO BORGES

Escritor, fazendeiro e empresário

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