NO DIA 02 de maio do Ano de 1.984, em plena Festa da Lapa, após algumas noitadas, emendadas com alguns dias de bebedeiras, sai de casa, curtindo uma terrivel ressaca e tomei o rumo do Nene’s Bar, onde pretendia rebater aquele “bagaco”.

ALI CHEGANDO, me acomodei na sombra, do lado da rua D. Isaura e pedi de imediato uma “geladinha”.
Prontamente o Neném, proprietário do bar, de saudosa memória, atendeu o meu pedido.
Servi o copo, deixando espumar levemente a cerveja, como era do meu gosto e o levei a boca, já antevendo o final daquele mal estar que tanto me afligia. Mas, para minha surpresa, o meu estômago rejeitou o líquido, sem que ao menos um pouco engolisse. Chamei o Neném é pedi que me trouxesse um “tira gosto”, imaginando, com isso, forrar o estômago, forcando-o aceitar a bebida.
MAS foi em vão essa providência. Nada descia, tamanho era o desaforo a ele exposto nesses dias seguidos de festa.

ALI SOZINHO naquela mesa, tendo por compania uma garrafa de cerveja, um copo e um prato de fígado acebolado, tive a oportunidade de fazer uma reflexao, que teve uma importância fundamental na minha vida.

COMO CRISTAO e crente em Deus, tenho que nada acontece com a gente sem o dedo “Dele”. Não chegou nenhum dos meus amigos e companheiros, para me incentivar e me forçar a ingestão do “precioso liquido”. Daí, tive a real oportunidade de fazer uma introspecção dentro de.mim, e mudar o rumo da minha existência.

NESSA CONVERSA que tive de.mim pra.mim. me fiz lembrar que eu tinha uma família. Uma esposa lutadora ao meu lado, três filhos adolescentes com 12, 14 e 16 anos de idade, totalmente dependentes de.mim. Me lembrei que eu era um advogado, no princípio de uma vida profissional, que se projetava promissora, pois meu escritório abarrotado de serviços, com causas importantes que me foram confiadas, sobre as quais pendiam a minha responsabilidade. Somando -se a tudo isso, a minha saúde que, apesar da pouca idade, já dava sinais de alerta: aumento de peso, pressão arterial ascendente e outras consequências maléficas e inevitáveis.

NAQUELE LOCAL, só eu e Deus, sopesando a minha responsabilidade familiar, esposa, filhos; a minha profissão, adquirida à duras penas – que só eu e Deus sabemos como- e a minha clientela, que fez da minha Advocacia uma das mais exitosas da regiao; pesava, também, na minha consciência o quanto ainda poderia fazer pela nossa cidade e pelo nosso povo, em agradecimento a tanto que por mim fizeram.

E, ASSIM, solitariamente, na presença de Deus, fiz o compromisso comigo mesmo de NUNCA MAIS INGERIR QUALQUER TIPO DE BEBIDA ALCOOLICA…
E, até hoje, há 39 anos de então, esse compromisso está sendo cumprido, para a felicidade da minha família, dos meus clientes, da minha saúde e do povo da minha terra, pois muitas foram as importantes realizacoes que criei e ajudei criar para a nossa VAZANTE pois, se eu não tivesse tomado essa decisão, quiçá eu nem tivesse escrito essas reminiscências…