cfc3d083-3943-41ea-b9c0-c2e8b5ac4ed1
TRAICAO!!!
VOCE JA SOFREU?…
COMO são diversas as maneiras de alguém trair ou ser traído, é uma resposta difícil de ser dada.
PELO que se sabe, a traição para se concretizar, é necessária a participação dos partícipes, ou seja o(a) traidor(a) e o(a) traido(a). Quando esse ato deságua para a esfera criminal, adquire outras implicações técnico/juridicas próprias.
PORÉM a traição a que estamos nos referindo foi aquela em que reunimos um grupo de amigos aqui de Vazante e outros grupos da região de Vazamor, Salobo, Bagres, Vazantinha, lajes Biboca e outros para dar uma TRAICAO nos Diretores da Associação dos Três Reis Santos, na região do Barreiro.
A Associação, além da área onde se edificou a sua sede, possui, ainda, uma área de pastagens, utilizada para o pastoreio dos bois de carro, na época da Festa de Carro de Boi da Associacao. Serve, também, para soltura dos cavalos daqueles que utilizam esse meio de transporte, quando participam das diversas funções da Associacao, o que é comum na região.
FACILITARAM os Diretores, Elmiro Bastos e Tião Lobo, desmazelando daquela área, propiciando a infestação de alçapeixe, .mororó e outros ramos. Isso chamou a atenção dos associados e daí a um passo, estava decretada a Traição.
PARA quem não sabe, a Traição consiste na reunião de amigos, com a finalidade de acudir o outro amigo que esteja com a sua pastaria virando capoeira, de tão suja, ou a sua roça afogando no mato e danificando a sua plantação.
Normalmente se agrupam no romper do dia, próximos a sua casa e chegam de uma só vez, fazendo barulhos, batendo as ferramentas umas contra as outras e cantando a derrubada, musica própria da Traição.
JA CHEGAM e sem obedecer ordens de ninguém, se metem ao trabalho, cantando versos, pedindo cachaça e comida. Só param quando terminam a tarefa, ou quando o dia finda, prontos para o pagode certeiro, após o banho no córrego mais próximo…
DAÍ a pouco ouvia-se o grunhido agonizante do capadao , caindo na faca. O bate asas de frangos com os pescoços decepados, dava a certeza de comida farturenta. O corre corre das mulheres se atropelando, procurando fazer o melhor.
ESSE folclore foi muito utilizado nos tempos em que os pastos eram batidos, manualmente, com foices e as lavouras carpidas pelos braços fortes dos homens, através das enxadas amoladinhas.
NA VERDADE os participantes nem consideravam como se estivessem prestando um trabalho. Era, sim, uma diversão muito prazeirosa, juntos com tantos amigos e até disputando quem faria mais e bem feito.
A HORA da boia se transformava na maior confraternização.
A garrafa da branquinha desfilava de mão em mão. Verdade que era regrada no almoço, mas na janta e, depois…
Disputavam quem contava o melhor causo a melhor façanha.
HOJE, não só essa modalidade folclórica, como tantas outras, se perderam no desuso, restando apenas o saudosismo de quem participou e ainda sobrevive …
SEM nenhum incentivo dos entes públicos ligados á Cultura, nos anos dois mil e dez a doze, tentamos dar uma sobrevida a esse e outros folclores, inclusive reeditamos a Festa do Divino, na Imburana, folclore que vivemos desde criança, até que a morte inexorável, foi levando um a um, os ancestrais dos Pedreiros…
OPORTUNAMENTE DELA LEMBRAREI…
595caf8e-86cb-4329-8dd9-77de3ca1e3eb