Advogado, fazendeiro,
escritor e empresário

QUEM CONHECEU o NEN haverá de lembrar dos seus anos finais de vida, assentado na mesma cadeira, no mesmo lugar, ali na porta do Bar do Osvaldo.
Hábito que adquiriu depois de ter se submetido a uma cirurgia, que lhe impôs um repouso quase permanente.

O BAR do Osvaldo, localizado na esquina das ruas João Vieira com D. Inha, uma das confluências urbana de mais movimento de automóveis, motos, bicicletas e, mesmo pedestres, da cidade.

ALI ELE permanecia por grande parte da manhã, o que repetia na parte da tarde.
Muito comunicativo e senhor de muitas amizades, passava as horas nos bate papos costumeiros, pois todos os demais frequentadores daquela esquina gostavam da sua companhia.

EM RAZÃO do grande fluxo de veículos era comum as freadas bruscas e barulhentas, chamando a atenção para um acidente, ou um quase acidente.

EM DIAS de mais movimento o Nem , que nada tinha de sério, embora assim quisesse demonstrar, se levantava da cadeira, onde passou de bunda pregada por algumas horas, espichava o corpo e dizia:
– Só indo pra casa- ele morava bem próximo dali-, pra mim descansar as pernas.
Vendo naquilo outra pilhéria, alguém achava de indagar:
– Descansar as pernas de que?
Você ficou só sentado…

ELE ENTÃO explicava:
– Hoje o movimento foi pesado.
As pernas estão doendo de tantas freadas que dei pra evitar acidentes.

DO SEU OBSERVATÓRIO ele via os carros que trafegavam em direçoes opostas e, mentalmente, metia o pé nos freios evitando mais uma batida, prestes a acontecer.
Assim dizia ele de uma maneira bem jocosa…

MEU AMIGO, JOSMAR, DE SAUDOSA MEMÓRIA…

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MARCIANO BORGES

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